a história começa com a busca da apresentadora Fernanda Lima por uma alimentação orgânica e mais natural, assunto recorrente entre ela e o amigo Pedro Paulo Diniz. por que não abrir uma casa com esse perfil? começaram a vislumbrar o projeto em 2001.
amiga de longa data de Helena Rizzo, Fernanda foi visitá-la dois anos depois, em Barcelona, e a ideia reacendeu. à época, Helena não levou a proposta a sério. mas o sonho de ter um restaurante não abandonou a apresentadora. ela sabia que, se encontrasse um bom administrador, seria mais fácil viabilizar a aventura. foi assim que a também gaúcha Giovana Baggio entrou na história.
de volta ao Brasil, em 2004 Helena voltou a pensar na proposta de Fernanda. seria uma boa maneira de trazer, de Girona, Daniel Redondo –à época seu namorado. propôs ao catalão que se juntasse a ela no comando da cozinha. a decisão de deixar os Roca foi um passo difícil para Daniel, profissional e pessoalmente. mas em 2004 ele desembarcaria em São Paulo, cidade que, em visita anterior, lhe causara péssima impressão – e para onde jurou não voltar.
no dia 3 de março de 2006 o Maní abria as portas. um ambiente contemporâneo e de aura solar, em que a busca pela simplicidade e aconchego guiaram o projeto da designer de interiores Mariana Kraemer e da arquiteta Juliana Overmeer. assim começava a se delinear, também, um capítulo novo, fresco e inspirado da gastronomia nacional.
com onze anos de história, o Maní tornou-se um sucesso local e internacional, mantendo, contudo, a simplicidade e os valores de sua fundação, como a sazonalidade e o respeito pelo pequeno produtor –inesgotáveis fontes de inspiração. em 2013, após receber inúmeros prêmios nacionais e internacionais, o restaurante passou a integrar o ranking anual The World’s 50 Best Restaurants, um dos maiores balizadores da gastronomia internacional, estando atualmente na 41a posição. em setembro de 2013, Helena Rizzo recebeu o prêmio Veuve Clicquot de melhor chef mulher das Américas e, em abril de 2014, o de melhor chef mulher do mundo. em 2015, o restaurante conquistou uma estrela no guia Michelin, mantida na edição 2016.
filha de mãe artista e pai engenheiro, Helena Rizzo nasceu em 1978, em Porto Alegre. a verve artística da gaúcha manifestou-se, primeiramente, numa breve passagem pela Faculdade de Arquitetura. aos 18 anos, decidida a experimentar a vida fora da casa dos pais, Helena mudou-se para São Paulo. enquanto fazia alguns trabalhos como modelo, foi garçonete da banqueteira Neka Menna Barreto e estagiou na cozinha dos restaurantes Roanne, de Emmanuel Bassoleil, e Gero, do Grupo Fasano.
convidada a chefiar a cozinha do extinto Na Mata Café, Helena Rizzo desconfiou de que talvez o universo da gastronomia fosse mesmo o seu. aos 21 anos, juntou dinheiro, pôs na mala o caderno no qual desenhava e anotava seus devaneios, e embarcou para a Europa. estagiou nos restaurantes La Torre e Sadler, ambos na Itália.
um dia, foi jantar no celebrado El Celler de Can Roca, em Girona (Espanha), e tudo começou a fazer sentido. entendeu que a comida poderia ser um meio de expressão artística, e não apenas um trabalho mecânico e monótono, como tinha sido a sua experiência até então. depois de muita insistência, ouviu um “sim” de Joan Roca, um dos proprietários. na cozinha do Celler, amansou os seus anseios. passou quatro meses na casa de Girona e um ano no Moo, restaurante dos Roca em Barcelona. foi no Celler que conheceu Daniel Redondo, então souschef dos Roca. apaixonou-se.
de volta a São Paulo, Helena recebeu de amigos a proposta de abrir um restaurante. convidou Daniel a se mudar para o Brasil e dividir a cozinha com ela. em 2006, nascia o Maní. à frente da casa por 11 anos, Helena e Daniel desenvolvem uma cozinha contemporânea calcada em ingredientes simbólicos da cozinha brasileira. suas criações, ora grandiosas, ora prosaicas, refletem memórias e o amor pelo produto. no início de 2017, Daniel desligou-se do Maní para desenvolver novos projetos, e Helena seguiu à frente do restaurante e das outras casas do Grupo Maní.
PS. Helena ainda desenha em cadernos e, vez ou outra, nas paredes do Maní.
Rua Joaquim Antunes 210
pinheiros
São Paulo
055 11 3085 4148
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