terça-feira, 16 de abril de 2019

PASSADIÇOS DE AVEIRO

A ria de Aveiro é uma caixinha de surpresas que não surgem apenas à superfície dos canais do centro da cidade, por onde circulam os moliceiros. Esta imensa extensão de água tem vida própria e segredos escondidos nas suas profundezas que, ao sabor da maré cheia ou da maré baixa, se mostram a quem por ali passa com os pés assentes num circuito novinho em folha. Há detalhes que se podem vislumbrar no passadiço de Aveiro, ao longo de sete quilómetros, em trilhos de madeira ou em terra batida até Esgueira (ida e volta, o dobro dos quilómetros).
O percurso acompanha a ria e mostra cenários que mudam consoante o tempo, a vontade das águas, a luminosidade que cai do céu, e o pôr-do-sol é um momento de rara beleza e tranquilidade neste passeio. Há barcos naufragados na ria, pequenas ilhas com velhas casas que guardavam as marinhas que agora estão submersas, lamas e algas, fauna e flora, moliceiros e um barco a energia solar que consegue chegar a locais mais recônditos. Há toda uma vida a acontecer.
A natureza foi generosa para estes lados, a salicórnia cresce como lhe apetece e as andorinhas do mar, os pernas-longas e as garças andam por ali, nas suas acrobacias. São tesouros naturais que de longe se fazem perto e que podem ser observados num passadiço estrategicamente localizado como se, por momentos, fosse uma extensão da própria ria.
E se fosse tudo, mas não é, porque não há só água doce e salgada neste passeio. Há floresta, pinhais, árvores, sapais, painéis informativos e bancos de madeira para esticar as pernas e respirar ar puro. Por onde começar? Por onde apetecer. No antigo cais de São Roque, não muito distante da estação de comboios de Aveiro, no cais da Ribeira de Esgueira, ou em Vilarinho, freguesia de Cacia. A pé ou de bicicleta.
BY REVISTA EVASÕES









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